O grupo militante Boko Haram, ou ‘A educação ocidental é um pecado’, reivindicou responsabilidade pelo que o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, descreveu como violência “hedionda” em Damaturu, capital do estado de Yobe.
A confirmação dos ataques de sábado, 5 de novembro, veio quando parentes de luto assustados tentavam sair de suas casas para começar a sepultar seus mortos.
Boko Haram, que busca implementar a shariah, ou lei islâmica, em toda a nação de mais de 160 milhões de pessoas, prometeu mais ataques.
Um grupo de assistência humanitária da Cruz Vermelha e testemunhas disseram que os combates começaram na sexta-feira, 4 de novembro, próximo a Damaturu, capital do estado de Yobe, quando um carro bomba explodiu do lado de fora de um prédio de três andares usado como escritório militar e alojamento, com muitos agentes de segurança uniformizados mortos com a explosão.
O Tenente-Coronel Hassan Mohammed disse aos repórteres que os agressores “suicidas”, dirigindo um veículo utilitário esportivo preto, detonaram seus explosivos próximo ao portão do prédio usado pela Força-Tarefa Conjunta, a unidade militar empregada para conter a violência no local.
IGREJAS ATACADAS
Várias outras delegacies de polícia e seis igrejas também foram atacadas, disseram os moradores e assistentes humanitários. Entre as áreas alvejadas pelos militantes estava Jerusalém, uma vizinhança predominantemente cristã, de acordo com testemunhas.
Um morador, Isa Jakusko, foi citado pela Agência de Notícias Francesa AFP dizendo que a cidade tinha sido lançada no caos. “Houve diversas explosões de bombas e tiroteio. Enquanto estou falando com vocês, ainda há troca de tiros entre os agressores e o pessoal da segurança, com os agressores gritando ‘Allahu Akbar’”, ele teria dito.
Tiros ainda teriam sido ouvidos no sábado, 5 de novembro, de partes diferentes da cidade, com o céu negro de fumaça, aparentemente de prédios em chamas.
Em outra parte do norte do país, centenas de jovens realizaram protestos furiosos após homens armados terem aberto fogo contra uma congregação de cristãos que oravam em um vilarejo, no estado de Kaduna, durante a noite, disseram testemunhas.
O ataque ocorreu em uma área onde centenas de pessoas foram mortas na violência que irrompeu após a vitória nas eleições de abril do Presidente Goodluck Jonathan, cristão, contra seu maior rival, Muhammadu Buhari, muçulmano.
VILAREJO SOB RAJADAS
Testemunhas disseram que homens armados também tinham atacado o vilarejo próximo de Potiskum e a cidade de Maiduguri mais cedo e tinham se engajado em várias horas de batalha armada com as forças de segurança, disseram testemunhas.
Em outro lugar, no norte do país, jovens protestaram contra um ataque mortal a uma igreja no vilarejo de Tabak, região do estado de Kaduna, disseram ativistas cristãos a Worhty News.
Jovens bloquearam estradas durante a noite para um ataque na quinta-feira, 3 de novembro, contra uma reunião de oração da Igreja Católica Santo Agostinho, que deixou duas pessoas mortas, disse o grupo de advocacia Christian Solidarity Worldwide (CSW).
Testemunhas teriam dito que homens armados invadiram a igreja no final da reunião de oração, dispararam contra a congregação que consistia, em sua maioria, de mulheres e crianças, e escaparam para dentro da mata.
“Duas mulheres morreram no local, doze outras ficaram feridas nos braços e nas pernas e estão recebendo tratamento no Hospital S. Louis, próximo a Zonkwa”, disse a CSW em uma declaração a Worthy News.
“CONGREGAÇÃO INOCENTE”
O director de advocacia da CSW, Andrew Johnston, disse que o ataque “contra uma congregação inocente, de mulheres e crianças em sua maioria, é deplorável, e o fato de que pudesse ocorrer a despeito de forte presença militar na área é motivo de grande preocupação”.
Ele disse que seu grupo instou com o governo para que melhorasse a segurança, pois “é vital que esses ataques sejam interrompidos rapidamente de forma a restaurar a confiança e a segurança da população”.
Fonte: Portas Abertas